O Sentido da Vida, que é o ensino do Evangelho antes mesmo de existirem os Quatro Evangelhos — afinal, o Evangelho é eterno — sempre indicou na direção da Vida como entrega, como dádiva, como sacrifício como morrer vivificante.
E assim é com tudo o que seja vida...
A Natureza dá testemunho diário de seu investimento de entrega e de morte ao ciclo da vida.
Natureza é isso: vida servindo a vida!
Entretanto, no Evangelho, tal entrega é espontânea e é consciente. Por isto se diz que é para que lancemos o nosso próprio pão, loucamente, sobre as águas, a fim de que alimentemos voluntariamente o rio que nos abençoa com água e peixe.
E mais; ainda se completa afirmando que tal dádiva, depois de muitos dias, sempre em um longe oportuno, volta para nós, e retorna nosso investimento feito às cegas, na mera alegria de dar à vida mais vida.
Jesus disse que o caminho para receber é dar.
Disse que é muito melhor dar do que receber.
Disse que o grande privilégio deve sempre ser ter podido dar.
Disse também que a devolução de nossas dádivas de amor, acontece sempre de um modo exagerado, embora nós nem sempre saibamos como a medida sacudida, recalcada e transbordante virá; com que forma nos visitará; embora saibamos que será sempre na melhor hora.
E em tal ato de dar se deve ter também o mesmo sentimento que houve também em Jesus.
Ora, Jesus nunca disse que deu nada!
Sim, não há uma única propaganda Dele sobre Ele!
Ele apenas diz que é para não andar ansioso de nada, que é para buscar o Reino de Deus, que é o Evangelho vivido; e que tudo o mais nos seguiria como bondade e misericórdia todos os dias de nossas vidas.
E mais:
Ele disse que a vida Dele ninguém tirava Dele. Ele a doaria. Sim, pois doação arrancada não gera o fluxo da vida.
A Sabedoria, todavia, diz: Lança o teu pão sobre as águas, pois, depois de muitos dias, o acharás.
Portanto, trata-se de uma decisão voluntária.
Uma decisão alegre de ofertar ao rio da vida o pão do nosso labor como gratidão, confiança e fé.
Caio Fábio
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