Na semana que se passou me encontrei numa situação difícil. Recebi pela madrugada a notícia que meu tio que estava com câncer tinha falecido. Fiquei desolado por não saber o que fazer, desejava ardentemente estar junto com minha família, consolando e sendo consolado. Mas o episódio da morte do meu tio era apenas mais um dos sofrimentos e das incertezas que estava vivendo. Juntando todas essas incertezas com os lampejos de sofrimento diário que vivenciava caí em tristeza e revolta dentro de mim. Estava revoltado com a situação que vivia, revoltado com o próprio Deus e com a solidão que sentia naquele momento. Foi uma das semanas mais atribuladas e tristes que tinha passado.
Quando chegou o domingo, subiu ao púlpito, como tenho feito a maioria dos domingos. Não subi feliz, a dor e a tristeza ainda tomava conta de mim. Escolhi o texto de Josué, capítulo primeiro, onde Deus repete várias vezes para o novo líder do seu povo: não temas. Tentava de alguma forma dizer para mim mesmo que Deus dizia aquelas palavras direcionadas a mim. Que ele estava no controle da minha vida, e toda aquela situação iria passar, mas não conseguia convencer a mim mesmo, nem aqueles que prestavam atenção em minha palavra.
Enfim, desabafei. Estou triste! Perdi o meu tio e não tive condições de estar com minha família para poder partilhar da dor que sinto aqui dentro. Desculpem-me, também estou tentando acreditar que Deus está no controle de todas as coisas e que não devo temer. Cantamos que “nunca vimos um justo sem resposta ou padecer no sofrimento...” Quero também dizer que além de triste, estou com dúvidas. Acho que não sou justo! A única coisa que posso dizer para vocês hoje é que também acredito que não devo temer, mas quero confessar que tenho medo, e a única certeza que tenho que de algum modo Deus está comigo.
Então, orei e desci do púlpito e sentei na minha cadeira na segunda fileira da igreja. Ouvi algumas palavras de apoio, em meio ás lágrimas, de uma irmã. Quando terminou o culto um irmão veio ao meu encontro com a sua Bíblia aberta e disse: sabe o que está inscrito em II Coríntios? Eu brinquei: muita coisa. Então ele leu para mim o que queria mostrar: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo” (II Co 1.3-5). E continuou: Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve sofrer pelo meu nome (Atos 9.15-16).
Aquele momento rápido me fez lembrar que todos somos sacerdotes de Deus, com igual capacidade de ministrar sobre a vida uns dos outros. Acostumado a pastorear, fui pastoreado e exortado por aqueles que cuidam de mim. Entendi que um justo também sofre, pois Jesus tinha sofrido, e que quando Deus diz não temas, na verdade ele está dizendo, eu também senti a dor de que você está sentindo, senti o abandono e a tristeza quando morri numa cruz. Por isso que o “não temas” de Deus nunca está sozinho, sempre vem acompanhado de um “eu estou com você todos os dias de sua vida”.
Escrito por, REGIS PEREIRA.Quando chegou o domingo, subiu ao púlpito, como tenho feito a maioria dos domingos. Não subi feliz, a dor e a tristeza ainda tomava conta de mim. Escolhi o texto de Josué, capítulo primeiro, onde Deus repete várias vezes para o novo líder do seu povo: não temas. Tentava de alguma forma dizer para mim mesmo que Deus dizia aquelas palavras direcionadas a mim. Que ele estava no controle da minha vida, e toda aquela situação iria passar, mas não conseguia convencer a mim mesmo, nem aqueles que prestavam atenção em minha palavra.
Enfim, desabafei. Estou triste! Perdi o meu tio e não tive condições de estar com minha família para poder partilhar da dor que sinto aqui dentro. Desculpem-me, também estou tentando acreditar que Deus está no controle de todas as coisas e que não devo temer. Cantamos que “nunca vimos um justo sem resposta ou padecer no sofrimento...” Quero também dizer que além de triste, estou com dúvidas. Acho que não sou justo! A única coisa que posso dizer para vocês hoje é que também acredito que não devo temer, mas quero confessar que tenho medo, e a única certeza que tenho que de algum modo Deus está comigo.
Então, orei e desci do púlpito e sentei na minha cadeira na segunda fileira da igreja. Ouvi algumas palavras de apoio, em meio ás lágrimas, de uma irmã. Quando terminou o culto um irmão veio ao meu encontro com a sua Bíblia aberta e disse: sabe o que está inscrito em II Coríntios? Eu brinquei: muita coisa. Então ele leu para mim o que queria mostrar: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo” (II Co 1.3-5). E continuou: Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve sofrer pelo meu nome (Atos 9.15-16).
Aquele momento rápido me fez lembrar que todos somos sacerdotes de Deus, com igual capacidade de ministrar sobre a vida uns dos outros. Acostumado a pastorear, fui pastoreado e exortado por aqueles que cuidam de mim. Entendi que um justo também sofre, pois Jesus tinha sofrido, e que quando Deus diz não temas, na verdade ele está dizendo, eu também senti a dor de que você está sentindo, senti o abandono e a tristeza quando morri numa cruz. Por isso que o “não temas” de Deus nunca está sozinho, sempre vem acompanhado de um “eu estou com você todos os dias de sua vida”.
Extraído do blog: http://www.regispereira.blogspot.com/
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