O Sermão do Monte é uma espécie de “supra-sumo” elaborado por Mateus, baseado nos ensinamentos de Jesus. Não me parece uma mensagem focalizada a dar respostas a todas as perguntas da vida; ma, sem dúvida alguma, é relevante para o tipo peculiar de vida proposto por Jesus. É uma proposta suficiente em si mesma e aponta apara a realização plena da nossa humanidade. No Sermão, Jesus aprofunda ensinamentos relacionados à espiritualidade, ética, caráter e atitudes dos seus discípulos, de tal maneira que, se postos em pratica, são suficientemente capazes de propiciar ao discípulo uma vida bem-aventurada, estável, sem ansiedade, comparada por Jesus a alguém que tem “uma casa edificada sobre a rocha”. À margem dos ensinos, valores e paradigmas do Sermão as pessoas ficarão vulneráveis à destruição, a semelhança de alguém que construiu sua casa sobre a areia, e sopraram nela os ventos, deram um ímpeto sobre ela, e por estar edificada sobre a areia foi grande a ruína (Mt 7.26,27). Viver à margem dos ensinos de Jesus é uma opção contra a vida. É, de fato, um exercício suicida.
O Sermão do Monte nos ajuda a entender a vida a partir de novos prismas, valores, princípios, virtudes e perspectivas. Na verdade, o que Jesus apresenta não deveria ser considerado tão novo assim é o sentido humano pleno para o qual todos fomos criados. Criados para a vocação de ser gente. Aliás, dentre os aspectos do Sermão, talvez o mais significativo, mais espiritual e mais bem-aventurado seja justamente este: a redescoberta da vocação humana. A vocação da justiça: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Bem-aventurados os misericordiosos, os pacificadores, os limpos de coração, os mansos- virtudes não cultivadas pelos desumanos. Fora do projeto vocacional de ser gente, o ser humano é infeliz, não realizado com a vida. Ao discípulo, Jesus oferece realização plena da existência humana. Bem-aventurado, feliz, “de bem com a vida”, realizado por ser gente, suficientemente gente é “todo aquele que ouvindo estas minhas palavras (de Jesus) e as pratica.”
O Sermão do Monte contém ensinos para quem deseja viver um projeto de vida muito além da mediocridade. Os ensinos são demasiadamente elevados para os desumanos; mas são, ao mesmo tempo, demasiadamente simples para quem vive a naturalidade de existência humana. Para Jesus, por exemplo, viver e praticar seus ensinamentos era a cosa mais trivial e comum. O difícil para ele era exatamente não se deixar fluir das virtudes e princípios que ensinava. Todavia, por causa do pecado, nossas falhas e limitações, reconhecemos que diante das palavras de Jesus todos somos denunciados, ficamos de alma despida e em geral deparamo-nos com um desmesurado sentimento de insuficiência. Este abençoado senso de limitação conduz o discípulo à oração, à confissão e, conseqüentemente, à total dependência de Deus. Emaranhada à mesma realidade há a constatação de que, a despeito da nossa insuficiência, é possível vivenciar os ensinos de Jesus. Evidentemente, não parece tão simples como estamos expondo. O próprio Jesus passou por momentos cruciais em que precisou orar: “Meu Pai: se possível passe de mim este cálice!”... A cruz foi uma decorrência da pratica do Sermão do Monte. Ele mesmo reconheceu q eu este é um caminho apertado, uma opção de alto risco, uma estrada espinhosa e de portões estreitos (Mt 7.13,14).
Portanto, o Sermão do Monte, ao mesmo tempo em que denuncia a nossa limitação e a magnitude da proposta de Jesus, anuncia o quanto necessitamos buscar o monitoramento do Espírito Santo. A profundidade da mensagem, suas implicações e a radicalidade dos ensinos de Jesus indicam a carência que todos temos, de ser conduzidos sob a graça preciosa de Deus. Na ótica de Paulo, há um projeto de vida proposto para cada discípulo de Jesus Cristo: “Ser transformado de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18). O discurso de Jesus em Mateus 5 a 7 nos compromete e desafia nessa direção.
Antes, porém, de nos lançarmos ao desafio d penetrar nesse “discurso”, convém atentarmos para algumas informações preliminares que nos ajudarão a situar-nos dentro do Sermão do Monte.
1. Sobre o autor
De pronto, estamos aceitando a tradição mais generalizada, segundo a qual Mateus, que era também chamado de Levi, é o autor do livro que leva seu nome. Tanto Mateus quanto Levi são nomes hebraicos, e o próprio livro está repleto de conteúdos que indicam uma fonte hebraica: as referências ao Antigo Testamento, os nomes exclusivamente ligados à experiência religiosa dos hebreus. Mateus era cobrador de impostos (Mt 9.9, Mc 2.14, Lc 5.27-29) e sua profissão deve ter influenciado consideravelmente o conteúdo de seus escritos. Na Oração Dominical, por exemplo, ele pede perdão pelas “dívidas”, e não pelos pecados, como faz Lucas. Inclui varias parábolas de credores infiéis e de cobradores severos, a fim de, em termos comparativos, realçar a misericórdia e o perdão de deus sobre os pecadores arrependidos; em oposição, destaca a crueldade dos cobradores de impostos diante de seus clientes inadimplentes.
Mateus, após seu encontro com o Messias, descobriu que não era possível servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24). Sua convicção de chamado, ao que tudo indica, o fez abandonar a profissão para tornar-se um seguidor de Jesus Cristo (Mt 9.9).
O Sermão do Monte nos ajuda a entender a vida a partir de novos prismas, valores, princípios, virtudes e perspectivas. Na verdade, o que Jesus apresenta não deveria ser considerado tão novo assim é o sentido humano pleno para o qual todos fomos criados. Criados para a vocação de ser gente. Aliás, dentre os aspectos do Sermão, talvez o mais significativo, mais espiritual e mais bem-aventurado seja justamente este: a redescoberta da vocação humana. A vocação da justiça: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Bem-aventurados os misericordiosos, os pacificadores, os limpos de coração, os mansos- virtudes não cultivadas pelos desumanos. Fora do projeto vocacional de ser gente, o ser humano é infeliz, não realizado com a vida. Ao discípulo, Jesus oferece realização plena da existência humana. Bem-aventurado, feliz, “de bem com a vida”, realizado por ser gente, suficientemente gente é “todo aquele que ouvindo estas minhas palavras (de Jesus) e as pratica.”
O Sermão do Monte contém ensinos para quem deseja viver um projeto de vida muito além da mediocridade. Os ensinos são demasiadamente elevados para os desumanos; mas são, ao mesmo tempo, demasiadamente simples para quem vive a naturalidade de existência humana. Para Jesus, por exemplo, viver e praticar seus ensinamentos era a cosa mais trivial e comum. O difícil para ele era exatamente não se deixar fluir das virtudes e princípios que ensinava. Todavia, por causa do pecado, nossas falhas e limitações, reconhecemos que diante das palavras de Jesus todos somos denunciados, ficamos de alma despida e em geral deparamo-nos com um desmesurado sentimento de insuficiência. Este abençoado senso de limitação conduz o discípulo à oração, à confissão e, conseqüentemente, à total dependência de Deus. Emaranhada à mesma realidade há a constatação de que, a despeito da nossa insuficiência, é possível vivenciar os ensinos de Jesus. Evidentemente, não parece tão simples como estamos expondo. O próprio Jesus passou por momentos cruciais em que precisou orar: “Meu Pai: se possível passe de mim este cálice!”... A cruz foi uma decorrência da pratica do Sermão do Monte. Ele mesmo reconheceu q eu este é um caminho apertado, uma opção de alto risco, uma estrada espinhosa e de portões estreitos (Mt 7.13,14).
Portanto, o Sermão do Monte, ao mesmo tempo em que denuncia a nossa limitação e a magnitude da proposta de Jesus, anuncia o quanto necessitamos buscar o monitoramento do Espírito Santo. A profundidade da mensagem, suas implicações e a radicalidade dos ensinos de Jesus indicam a carência que todos temos, de ser conduzidos sob a graça preciosa de Deus. Na ótica de Paulo, há um projeto de vida proposto para cada discípulo de Jesus Cristo: “Ser transformado de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18). O discurso de Jesus em Mateus 5 a 7 nos compromete e desafia nessa direção.
Antes, porém, de nos lançarmos ao desafio d penetrar nesse “discurso”, convém atentarmos para algumas informações preliminares que nos ajudarão a situar-nos dentro do Sermão do Monte.
1. Sobre o autor
De pronto, estamos aceitando a tradição mais generalizada, segundo a qual Mateus, que era também chamado de Levi, é o autor do livro que leva seu nome. Tanto Mateus quanto Levi são nomes hebraicos, e o próprio livro está repleto de conteúdos que indicam uma fonte hebraica: as referências ao Antigo Testamento, os nomes exclusivamente ligados à experiência religiosa dos hebreus. Mateus era cobrador de impostos (Mt 9.9, Mc 2.14, Lc 5.27-29) e sua profissão deve ter influenciado consideravelmente o conteúdo de seus escritos. Na Oração Dominical, por exemplo, ele pede perdão pelas “dívidas”, e não pelos pecados, como faz Lucas. Inclui varias parábolas de credores infiéis e de cobradores severos, a fim de, em termos comparativos, realçar a misericórdia e o perdão de deus sobre os pecadores arrependidos; em oposição, destaca a crueldade dos cobradores de impostos diante de seus clientes inadimplentes.
Mateus, após seu encontro com o Messias, descobriu que não era possível servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24). Sua convicção de chamado, ao que tudo indica, o fez abandonar a profissão para tornar-se um seguidor de Jesus Cristo (Mt 9.9).
Extraído do livro: “Ser é o bastante.” Autor Carlos Queiroz.
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